Mundinho ordinario


Não sei onde está a verdade
em um lugar onde a dor paira
o certo é o errado
onde tudo delira, e vira
 
vira a mesa, vira o bar, vira o amor
tudo de cabeças pro ar
mundinho ordinário e sem sentido
abismo, solidão, a busca ao agregar
 
o poeta já não existe
dinheiro é poesia
poeticamente a hipocrisia
mas obrigado, ao pão de cada dia
 
se paro de trabalhar, tudo vai desabar
meu filho vai chorar
minha mulher, abandonar
fome irei passar
 
por isso tenho que prosseguir
persistir, insistir
mas por favor não peça-me para sorrir
onde o sorriso é a mais falsa verdade
de evasão, por um instante da realidade

 
 

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