O suposto dono.

 Como ser titular do conhecimento, se até as mais simples das palavras já tem dono. Como o Eu te amo, que até o porco o adotou.

 
 Se o que eu penso mesmo é o que nunca ninguém pensou, passo como louca mostrando o diferente para os olhos daquele que enxerga somente o igual.
 
 Sentir o que o outro sente é banal, sentir o diferente é desvairo, agradar que é o difícil. Que por mais que mostremos semelhança, o destaque é presente para aquele que pode comprar.
 
 Se sou simples e acanhada esperando direção, não posso ser destaque no que faço de melhor. Se me entrego as minhas vontades e subo ao alto, sou leviana e não mereço bom conceito.
 
 Como ser livre, se pensar em ser feliz incomoda o outro. 

Priscila Rodrigues
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