Na floresta
Sem flores
Nos rios
Sem água

No sertão queimado
No São Francisco deslumbrado
Na miséria e no sol molhado
Crianças trabalham no solo atordoado

Nas casas em Brasília
Onde os ricos moram
Nossas queridas famílias
Reclamam que os 'homem' demoram

Nas metrópoles grandes
Onde anda o pó
Não mais o pobre que mande
Mas os sábios que fazem o nó

O frio congelante
E a primavera feliz
Condenam um amante
A beijar quem ele sempre quis...

Esses versos
São do meu Brasil
Do caixão submerso
Mas pelo menos não dentro de um fusil...