Acordo de manhã,
enquanto dormia,
os preços subiram.
Agora a passagem subiu,
a comida subiu.
Minha vida não tem mais valor,
frente ao dolar, o euro ou o real,
não tem valor minha dor,
minhas desculpas,
ou meu bem espiritual.
A riqueza acomoda,
a pobreza incomoda.
Sentado na calçada da rua,
a roupa da moda.
Desfilando em filas duplas,
corpos subnitridos,
Afinal passar fome já não incomoda mais,
somos homens vencidos,
para os homens com metais.
Veja você,
que a rua,
já não é mais nem minha e nem sua.
A rua é do estado,
Daqui a pouco pagaremos,
em dinheiro ou pré datado,
o que nos será cobrado.
E a rua como direito,
ao direito devolveremos.
A vida do bem material,
a morte da alma,
minha mente não se acalma,
não se conforma.
Tudo é plurilateral.
Quando você for pegar sua máquina de poluição,
e usa-lá como quiser,
você e a sua maldita convenção.
Quando o certo do errado se opuser,
e você acordar pra essa vida,
compreendendo a verdade,
Escondida no seu comodo lar,
verá o incomodo par,
por que não enxerga a realidade.
Então você e o mundo.
Sozinhos entenderão,
Que eu sou a terra "o fecundo",
como convenção.
O infértil,
um traidor encruzado,
por todos acusado,
mas nunca subjulgado,
por não ter convicção.
Se seus pés alcançarem,
a essência como ela era,
e o amanhã como será.
Saberá que tudo que sai da terra,
Para terra retornará.
Pare pastor,
não somos ovelhas,
chega dessa omissão.
Aqui sabemos a distinção,
entre servir para os outros de telha,
ou de pedra na mão.
Aqui nós pensamos,
argumentar é preciso,
Pois o que da ignorância somos,
senão apenas votos vencidos?
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