Tal qual o mar
sou eu
A ondar...
Andar sobre
maré que só sobe
E encobre o rio
que nasce no olhar
da face do mar...
Não é fácil rasgar
meu pranto,
que -sem querer-
espanto...
É tão lindo chorar!
Mas sou mar
que não chora...
Lagrimar evapora
Maré até
quase estora!
Não solta, não quebra...
E mergulha de volta
e fica profundo...
e finca na pedra
Cada gota é um segundo
de sal que não sai
do silêncio da sonda
Da onda do mar
De onde já vem, vem vindo
outra vez ondar...
Gritarei a um milagre
Pra que me alague
Me largando a lagrimar!

Em um momento em que tudo o que eu queria era chorar, mas o choro estava preso, como se ondas apagassem a todo momento o rio da lágrima que tentava escorrer... mas que mergulhava no mar da alma.

MARina