No rumor de teus tênues lábios,
Transcendo no último fio de orvalho,
No ato, suicida, entrega-te ao lírio,
Enferrujada, cor de lírio,
Na mulher que brilha quando o sol
Implica em confusões, o reflexo, sim,
Cremes suaves, nasce, sementes
Explosivas, verdes, branco ferrugem,
Lírio com os braços caídos e a aura elevando-se,
O peito, cabelos eretos para baixo,
Olhos eretos na oposição inversa aos dos cabelos,
Olham, ou talvez sonhando num acalanto celestial,
Expondo-as de um charme, irresistíveis, negros,
Pingos, respeitam-me aos cantos, tantos,
Formula-te, que te respondo aos tempos,
Muitos, pare, deita-te os braços
Por cima, cabeça, fraca envolve-me,
O sono, busca seu refém, que, na graça
Dá-nos vida longa e prazerosa, vida,
Acordo, olhos eretos para cima, talvez.
Nos olhos lírios de teu néctar,
Traz-me a lembrança, esperança,
Incessantemente sonho com suas pétalas
Caindo em meu jardim, voando-as pela janela.
Os olhos fracos, meios cerrados, trazem-me.
Licença
Sob licença creative commons
Você pode distribuir este poema, desde que:
- Atribua créditos ao seu autor
- Não use-o comercialmente
- Distribua-o sob essa mesma licença