MALDITO CORAÇÃO
Carmo Vasconcelos
 
 
Mistura de ave e de potro selvagem,
Com pés de vento e asas de condor,
És de mim o esfaimado predador
Que me arrasta à sua insólita voragem!
 
Dos teus arroubos vãos sobra o transtorno
De uma a outra magoada recaída
Dos céus ao chão, nos becos sem saída,
E na alma nódoas negras sem retorno.
 
Maldito coração que vais às cegas!
Por que de vez teu sangue não sossegas
E me insuflas paixões tão inconcretas?
 
Teus pés jamais hão-de atingir as metas
 E as asas falharão em toda viagem...
- Desiste, coração! Ganha coragem!
 
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5 / Maio/08
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 In E-Book “Sonetos Escolhidos III”
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Carmo Vasconcelos
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