ACEITAÇÃO
Carmo Vasconcelos
 
 
Nova estação de perda está se aproximando,
Neste caudal de dor que enfrento pela vida,
Vendo, desta árvore, ramadas se finando,
E eu já sem lágrimas na fonte ressequida…
 
Já foram tantas estações por mim passadas,
De luto e dor, a marginar minhas areias,
Que hoje navego amolecida nas levadas,
Enrodilhada na algidez das duras teias.
 
Mas me exercito no labor do desapego,
Ao receber, de mente calma, essas marés,
Premonitoras do meu próximo desterro.
 
Que inda é difícil de aceitar a transição,
Jamais o nego… Mas proclamo, pelo invés,
Que o doce bálsamo provém da aceitação!
 
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Lisboa/Portugal
Setº/14/2010
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Carmo Vasconcelos
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