Mar - Solidão - Evolução





 
Os dias passam,
como se cada efêmero segundo,
durasse uma centúria gelada,
num mar de pensamentos eternos.
 
O mundo cala,
o mundo para,
o mundo morre.
Nada nem ninguém para conversar,
apenas luz e sombra,
apenas nós,
eu e eu mesmo,
solidão...
 
Os eternos segundos transformam pó em pedra,
transformam fúrias quentes em pensamentos gelados,
transformam um olhar pequeno em um grande entendimento,
fazem da luz e da sombra,
parceiras separadas pela matéria,
quando vê-se a evolução.
 
O mar agora virou gelo,
pois os pensamentos que mantinham ele quente,
agora já fazem parte da evolução,
mesmo que ainda reste solidão.
 
As fúrias incontidas,
os amores fajutos,
as visões malditas,
já não parecem acender o fogo da coragem.
 
Os bons pensamentos,
a alegria das amizades,
o interesse pelas pessoas,
já não entram nos caminhos do vento sábio.
 
Neste instante os dias viram segundos,
e tudo começa voltar ao normal.
Como se neste mar de solidão e evolução,
fosse preciso parar o tempo, o sentimento e a visão,
para exercer a força da razão, novamente.
 
O mundo fala,
o mundo gira,
o mundo vive.
Muitos para conversar,
cores, luz e sombra,
todos nós,
eu, eu mesmo, meu Deus, e vocês...

 

Jonathan Cunha
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