AO COLONO E O MOTORISTA

Companheiros me dão licença,

Pois, preciso lhe falar,

A todos peço desculpas

e a vocês quero lembrar.

Hoje é um dia muito importante,

Para nós comemorar,

Ao colono e o motorista

Uma mensagem eu vou deixar.


 

Não sou nem um poeta,

Mas aproveitei a oportunidade.

Nesses versos mal rimados

falar pra toda a sociedade

aos que semeiam e cultivam os produtos

pra nossa alimentação

e a quem transporta a colheita

em qualquer canto da nação.


 

A você, que planta o trigo e a mandioca

Batata, arroz e feijão,

Soja, milho, laranja,

Verduras, frutas e algodão.

Industrializa a banha e a carne,

A erva o leite e o pão,

chapéu, queijo e ovos,

Açúcar, lenha, carvão.


 

Este roceiro que vive do chão

Tirando o fruto da terra,

Arando recostas com pedras,

Colhendo em vargens e serras.

Arriscando com as natureza

Granizos, enchentes e estiagem,

Sem contar das outras pragas,

E os intermediários que levam vantagem.


 

De teus braços saem muitos frutos,

E materiais diversificados,

Transformam os teus produtos,

Depois vão para o mercado.

Teu trabalho não é reconhecido

Pelos nossos governantes

E deixam também sem saída

Os trabalhadores ambulantes.


 

Esses são os motoristas,

Que vivem na estrada

Se emocionam na sida

E já ansiosos pra chegada,

Caminhoneiro de coragem

Mantendo a sua profissão

Se saudade fosse volume

Já dava a carga do caminhão.


 

Transporta produtos tóxicos,

Medicinais e de alimentação,

inflamáveis e engarrafados

materiais de construção.

Carrega eletrodoméstico,

Até mesmo confecções,

Em asfaltos, estrada de terra

Na cidade, roça ou sertão.


 

Distante de suas famílias,

Mais longos ficam os dias,

Lembra da esposa e filhos

E chora de alegria.

Abraçado no volante

Com muita presa de chegar,

Mas quando a carga é pesada

Não adianta acelerar.


 

Pedimos a São Cristóvão

Essas duas categorias abençoar,

São dependentes um do outro

Pra poder se sustentar.

O frete do caminhoneiro

Depende da safra da produção,

Devemos unir nossas forças

Pra mudar essa Nação.

Clairton Buffon, Quilombo- SC, Julho de 1996

O Colono e o Motorista... Herois da Nação... o pé do camioneiro e do colono a mão.