quando você me pousa na mente, algo repousa em meu coração

não sei se é medo ou alegria, mas é capaz de desabar

um homem cuja as dores dificilmente revelam-se ao mundo

 

aconteceu na segunda vez em que te vi

por um instante, o mundo parou de existir

e desde então, você se tornou o meu mundo

 

minha respiração cessou em estado de nirvana

e disritmou ao perceber que aquilo era real

meus olhos já não piscavam lúcidos

a mente perdeu-se do caminho antes trilhado

 

"que forte desejo é esse me remoendo?

que me adornou àquele mais belo dos seres,

que me fez crer na entrega de si mesmo

que preencheria o vazio que descobri no meu coração?

 

então isso é amar?

 

é por isso que os apaixonados perdem tempo nas alturas?

isso que sequestra o juízo dos amantes?

o que não entendo é que, mesmo depois de tanto tempo,

por que ainda sinto isso por você?

 

será que todos o sentem na mesma intensidade?

ou eu que simplesmente não soube discipliná-lo?

do meu sono, você pertenceu na superfície,

você continuou aqui quando já não era mais desejada

em meu ser estupidamente apaixonado

 

os inúteis sonhos que tive de você junto a mim

sonhos que me cegavam perante a realidade

quem sabe você é apenas um fruto doce da minha imaginação

e mesmo assim, você continua aqui...

 

isso é o amor platônico?

 

é isso o motivo de homens e mulheres sofrerem nas madrugadas?

desejar tal pessoa, enlouquecer a ponto de visualiza-la em sua cama?

apesar de termos medo de ao menos encará-la

um sonho que pode se tornar realidade para uns

a realidade que pode se tornar eterna para outros

 

talvez agora eu saiba que, ao manusear o amor

apesar não saber senti-lo

pode salvar essa vida, ou até mesmo

acabar com ela...

Ariel R.
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