ÁGUA.


 

 

 

 
 

 

 
Curo-me
aos poucos
das dores no peito.
E é desse jeito
que faço:
Bebo água nascida de ti.
Nascida de tua boca.

 

 
Bebo-te
e novamente sucumbo
contraído em desespero.
Sinto teu cheiro
e quem saliva
sou eu.

 

 

 
A água hoje sepulta o que morreu entre nós.
O filho não gerado a partir dela, da água,
que bebemos
um do outro.
Uma sede, e uma fome
que consumiram dois loucos
afogados
em lágrimas ininteligíveis.

 

 
Dois imbecis...
Sedentos
e possíveis.

Ogro da Fiona
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