ILÓGICO!

Inconcebível, o que vem a ser?
Incoerência, o que será?
Estaria eu errado se viesse a dizer:
A Justiça que é a nossa, alguém entenderá?
 
Nos alfarrábios da língua portuguesa,
Inconcebível, vem a ser; Inacreditável!
Incoerência; será contraditório com certeza.
Mais a nossa Justiça não é crível
 
Como pode um servidor público
Incurso em processo ou inquérito,
Continuar a serviço? É ilógico!
E afastado com remuneração? Total descredito!
 
Políticos e candidatos que sendo investigados
Por má conduta no exercício do mandato,
Possam ser reeleitos e empossados.
Onde estará da Senhora Justiça o recato?
 
Todos àqueles que prestam serviço ao povo,
Sejam estáveis ou cargos temporários,
Estão sujeitos aos mesmos aprovo e reprovo
De quem os empregam e pagam seus salários
 
Já não acontece com o empregado particular,
A um simples deslize estará condenado à masmorra.
Com o desgraçado, não há como contemporizar.
Nada lhe resta a não ser que morra
 
Não conseguirá emprego para ganhar o pão,
Será sempre na sociedade um homem marcado.
Sua vida um inferno que não tem solução,
Por não ter dinheiro ele já esta condenado.
 
Aí esta a incoerência do fato!
É inconcebível o privilégio do colarinho branco,
Com quem a Justiça mantém extremo contato.
Já com o desgraçado! Ele não tem conta em banco!
 
Que nos perdoe o grande Camões,
De sepultar-mos o idioma d’além mar.
Os culpados são os grandes mandriões,
Hão de responder no inferno que já esta a esperar.