Quem sou?
Um ser de pele negra, como a noite que cai ao por do Sol?
Se assim fui gerado, poderei eu tentar mudar?
Se fui criado pelo mesmo ser
O que me tornas diferente de ti?
Essa soberba que cobre os corações daqueles de peles claras é, que os tornam fracos e
decadentes em suas vidas cheias de esbórnias.
Se procuro ser culto
Vastos são os meus caminhos
Mas se sou escravo
Deixo de ser gente e passo a viver como bicho
Amarrado a tronco e acorrentado em celas, comendo as sobras!
Quando clamo pela liberdade
A qual merecemos
Somos calados pelo mesmo poder que deu vida a libertação
Sou levado ao tronco do mundo para ser chicoteado até a morte
Mais se olhares aos redores onde vives
Perceberás que existe um pouco de cad um de nós
Nunca deixarei de ser negro
Aquele negro forte, carente, necessitado que, um dia conhecerá a verdadeira liberdade.
Até um dia, até um dia.
Um dia que será marcado para sempre em nossos corações
Até!
                                                                                                                                                           Autor: J.P.Monteiro 21/06/02

J. P. Monteiro
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