Da poeira
Levanta-se o varão
Lançado a vagar tirando o sustento do chão
Tão só pelo mundo
Não agüentado mais a solidão
Um sono profundo
Da  vida a progenitora do mundo
O inicio se completa
Agora, a planta e fruto se transformam no enigma
É colocada entre as duas vidas
Que vagam por entre as sombras da morte
Esperando sua vez
Logo se completa o desejo da entidade suprema
E sem demora!
A condenação pelo desrespeito as ordens
A lascívia se projeta à mordida fatal
De longe se percebe o desespero e clamor
Daí em diante, se parte a Terra ao meio
Começa a imposição de uma pena que, deverá ser paga por legiões
E tudo se passa em casa
Uma tribo se divide!
Cortando laço pela inveja do amor ao próximo
Assim configura o leito do sono esterno para a humanidade
Como o artesão que cria sua obra defeituosa, encosta-a no canto e vira-se as costas
Procurando o que fazer para o concerto
Ou entrega como um objeto sem valor
Nas mãos do ser que fará dessa escultura o devastador
O malogrado desaparece destruindo sua olaria
Será que um dia!
Terás coragem para olhar olho a olho
E sem pena nem dó
Condenarar-me?
Temo que muito terei
Mesmo sofrendo
Que esperar.
 
 
 
Autor: J.P. Monteiro 19/10/09
 
 
 

 
 
 

J. P. Monteiro
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