Parnasiano, como foi BILAC.
Eu, aos meus versos hei de dar destaques,
À rara lira das preciosas rimas!
Tangendo as cordas do meu idioma,
Com maestria enquanto o verso assoma,
Na eterna busca de áureas Obras Primas,

Sem me importar com o clamor moderno,
Eu  trago as lavas do vulcão interno,
Dos Livros clássicos que tenho lido,
E aqui registro todo meu libelo:
Não abdico do lirismo belo....
Eu hei de ser o que eu tenho sido!


Quebrar a métrica por vicio fixo.
matar a rima para ser prolixo,
Modernizar para ficar na moda?
Ficar na praia tendo o mar contudo?
Pra que discurso sem um conteudo?
É o mesmo que reinventar a roda!

A poesia é a mãe suprema,
Dos sonhadores, que esculpem temas,
Com o carinho de modernos  Fídias!
Para manter a vastidão da lingua,
Que atualmente está morrendo à mingua,
Desaprendida pela grande mídia!


Eu gritarei do  alto do Olimpo,
Num claro dia, imcomparável, limpo,
Sob os olhares de um clã divino:
"O puro mel, não pode ser mudado,
O ar não  pode ser adulterado,
O que Deus fez, tem que ser genuíno!"

A Musa surge, tua que a amas, mire-a,
Não a agridas com a mão da gírea,
Que infelizmente hoje rouba a cena!
Vamos sauda-la! Eis a Realeza,
Nossa Rainha! A Lingua Portuguesa!
Vamos honra-la! Porque vale a pena!

 

Édison Palmer
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