não vejo nada, exergo pouco
ciranda canta, ao cais do porto - em versos
não sigo nada, sigo a poucos
carrossel passa, rotulante mundo - perversos

enxergo tudo, embaço o fundo
base das massas, no presente tempo - profuso
dizem ''sigam-me'', ok, obedeço - mas não cumpro
bate o sino, repentino - em doces remorsos, inundo

eu vejo tudo, e nada enxergo
revolta muda, no silêncio concreto - decreto
saudações benevolentes, tripas da terra
e continuo observando, enquanto o arcaismo me enterra

Quem precisa seguir os passos na areia?