Minha vida, vidas minha,

São tantos lamentos, soluços,

ora sou tinta a pincelar um rosto risonho,

o por do sol,

Ora sou pena, a rabiscar

a virginal  brancura do papel,

com palavras que juntam-se,

versando a dor, o sonho,

que vem devarinho da alma,

ora quero degerir frases, letras, e, cavalgar

pelas estrelas, lua  e sonhar, sonhar,

ora  sou fel, vejo tua alma

como lama podre,

ora sou folha, sou pluma,

sou água presa no  odre.

Socoro Vieira
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