Desencanto
que se faz no olhar
Olha o verso, prosa e poesia...
desencanto a luz do dia.
Não me fales mal...
nem em prosa
nem em melodia...

- Há de ser olhos arroxeados
tão mal durmidos que não mais
querem estar fechados... - e essa ilusão? 
me diz vai buscar donde? 
tal caminho é perdição - é pranto...
virtude ilusória, desencanto

Na poesia que ninguém mais
dita pela boca sapiente - ah! beleza....
pois em verso que há em mente
não vai mais dor e tristeza...
desmentir-me ou negar-me ao léu
no mais frio fogo do inferno
ou longe do Pai do céu...
nega-me... quebra-me!
desencanto que não morre e impera! 

E na guerra que se faz presente
na alma na lama que se faz ausente
as palavras são tão banais...
mas deixe-as rolar para trás
pois o descaso que me ilude
assombra, mata, estupra - lute!
sangra... ai! É dor que impera
nega-me o desecanto...
e finda o verso que brota da terra.

Valdemar
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