As dores do que fiz

As dores do que fiz

 

 

Carrego as dores do que fiz
Um olho no espelho
E o outro na flor.
Sinto-me parido outra vez,
Florescendo para a vida, talvez,
Mais uma vida se fez.
No espelho vejo os meus olhos
Na flor vejo você (Vida)
Traguei a erva dos sonhos,
Bati tambores para os deuses
Acendi velas nos altares dos monges,
Carreguei cruzes feitas de ilusões,
Escrevi um poema ao meu amigo fiel. (Papel)
Mesmo assim, ainda,
Carrego as dores do que fiz.
Ainda que a vida me maltrate
Tenho sonhos, pra mim e pra ela. (Vida).
Viverei sem ódio, nem rancor.
Se eu tivesse uma bola de cristal
Não teria tido hoje, o que ontem desconhecia.
Mesmo assim, amo a vida, mas ainda,
Carregarei as dores do fiz.

 

A vida nos envolve em tramas, em teias, que precisamos nos
libertarmos. Só depende de nós, a perseverar.
Jose Aparecido Botacini
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