Os velhinhos são tratados no Brasil
Como um zero à esquerda, peso morto,
Não lembramos que já foram varonis
E insistimos nesse pensamento torto!

Hoje somos o presente desses velhos
Que um dia foram jovens igual a nós,
E nos deram suas vidas, foram espelhos
Para nós, e hoje agimos como um algoz!

Ontem foram, no apogeu de suas vidas,
Os operários que deram lucro ao patrão;
Hoje vivem mendigando até a comida
Desse mesmo que não lhes teve gratidão!

O que ganham não paga nem o remédio:
O salário é um “mínimo” o que recebem.
Se tiverem um filho rico é um privilégio,
Mas se não, coitadinhos, então, padecem!

Todos sabem qual o mínimo, não acoito,
É Trezentos e Cinqüenta, quando em tese
Vale: Hum Mil, Quinhentos e Trinta e Oito,
Segundo cálculos do competente Dieese.

E a única ação social dos governantes
São passagens gratuitas em circulares,
Mesmo assim, eles tiraram, foi pedante,
Meu Deus! Que falta de humanidade!

Eu imploro ao bom Governo Federal
Que conhece o sofrimento desse povo:
Tenha dó da dor e do passadio desigual
Por que passa no Brasil o nosso idoso?!

Autor: José Rosendo

Nazarezinho, 24 de agosto de 2006