se nada mais desejo neste mundo
é que almejo viver em liberdade
de cada beijo novamente inundo
transportando no peito essa saudade
quando percebo em ti a claridade
de sonhos tantos, loucos, mais profundo
mergulho cego, amar-me pois, quem há de?
pois deste amor, traduz bem mais fecundo
o que fora somente lucidez
na procura de tanto nada fez
senão a angústia voraz, pétrea tez
que a cada instante, doce insensatez
trasmuda-se audaz a cada vez
num martírio cruel, que se desfez...
Sonetoabril de 2006
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