Fonte de palidez exacerbada,
Bruma entorpecente, que exala lírios; Recordar-te...
Azul turbulento e mortificador, pairado em olhos sublimes.
Gestos particulares, hercúleos,
E simplórios que desposam o ar com movimentos majestosos.
Nuvens de éter sob o teu corpo cru,
Nublado de uma temporalidade cálida.
Imóvel, incapaz de bravuras injustificáveis, insensíveis.
Teu sorriso, de uma textura aprazível.
Vela no palácio, os véus em todas as faces,
Não tens consciência, existo.
Voz ébria, febril e calculada,
Que espalhas centenas de borboletas, ainda envolta em casulos.
Céus de estrelas nos teus olhos.
Lábios tênues, bárbaros em delicadeza,
De imperceptíveis cores, de tons invisíveis...
Cachos turvos escorrem, sob um destino de desleixo,
Fios castanhos úmidos.
Rubras faces sobressaem inadequadamente à
Brancura celestial incessante.
Espaços e espaços de silêncio, entre teus dentes,
Obstruindo imensidões verbais implícitas.
Moves-te agora, como se possuísse um arco angelical,
Meio aos cabelos cinzentos.
Tivestes beijos, aqueles quais não dar-te-ei.
Calou-me o modo desencorajado, mudo.
Berrante quietude insolúvel,
Ilógica realidade decodificadora.
Maravilhas lunares na tua efígie doce; Sonhar-te...
Branco, branco, branco, que de vermelho embebesse.

24/04/06