De noite o céu parece, um manto de veludo
Bordado de florões de pedras preciosas
Inclino-me a sonhar, maravilhado e mudo
Na intensa devoção das coisas misteriosas

Estranha sensação, há misticismo em tudo
Por mais que eu tente alçar-me das fontes luminosas
Estou preso à terra... e então me desiludo
De um dia possuir riquezas tão formosas!

Indiferente fica o céu a minha prece
Jamais eu posso estas belezas, alcançar
E a noite constelada, enfim desaparece

A vida continua gélida e arrastada
Meus sonhos se assemelham as noites de luar
São belos, empolgantes...mas morrem na alvorada!

Manoel Porto
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