Modero o quilo do terno
No estilo tenro moderno
A moda do inferno
Modifica o eterno

Meu ser se comunica
Através da solidão
E quem se estrumbica
É o revés da lição
Cada um com seu papel
Alguns vazios por opção
Se colocam como o réu
Só pra assim chamar atenção
Até são tentadores, podem nos cegar
Mas em meio a tantas dores, nunca mais me enganar

O a-lírico e o nada desordeiro
Não são empírico como derradeiro
Resquícios hostis da horda intangível amoral
Patrícios do giz dirigível por amor ou mal

Estou limpo, danoso
De Olimpo a Parnaso
Acusa-me mesmo, se abusa da musa merece ser preso
Julga-me com dobro jugo de boi
Ganhe quem com tez coeso
Cortez purga fulgor rubro que dói
Apesar dos pesares, as dores em pares, as vezes fazem parte
E pra quem vê sentido ressentido, sem ti é tido o triunfo à arte pela arte

Nem mais requiro discernimento
Como ver as entrelinhas entre tanto entretenimento?
Comover entretanto já não é mais nada
Quando o sentido da vida é como uma espada

Aponta a um vetor
Porém possui dois gumes
Sempre fere a alma do aproveitador
Brilha como vagalumes
Foi forjado
Fingido e já até forçado
De fato, acha-lo é lembrar-te
Que é sobrevivência e arte
E em sua ausência, batalhar é irracional
Um presente talhado sazonal

Guerra
Ameaça
Terra
Estardalhaça
Esquecimento total
Fome
Suicídio
Consome
Ódio
Aquecimento Global

O comum nessa era
Tem mais veneno que uma hera
Como uma passarela
Onde todos passam nela
É de praste fluir
Mas está preste a ruir
Comodidade é sinal de paralisação
Afinal felicidade não é diversão
Para a veracidade não se limitar
A voracidade tem de estar no limiar

Susto a marcha
E sustento a faixa
Meu rosto na área
Justo na ária
Sinceridade, cânon
Gosto varia
Realidade, não

Rastejo no brejo
Na brecha do brechó
Nem me perco se vejo
O que me faz maior

Se isso é espada, sigo a fio
Seja calor ou frio
Críticos quais éguas no cio
Canelas sem cebo
Cem léguas no sebo
E as cadeias, cadê? Ei-as
Com pão e circo como Santa Ceias