Tardia na valentia,
o corajoso relutante resistente tempo,
assombroso espaço,
pausa de minhas nuanças.
Crescer nunca pareceu ser uma meta,
mais que objetivo,
apenas uma seta,
direcionando a ilusão.
Amanhecer
parecia-me o despertar veloz
de um caminho desejoso de tranqüilidade,
amizade,
mansidão,
onde a felicidade ditava a missão,
desvelando a emoção
de luzir na escuridão.
Mas o que aprendera
sempre reclamava supor
o que devera ter para ser.
Aquele cheiro, aquela paz, o desejo de ser mais.
O aconchego,
a saudação
da chuva no telhado,
os gritos da mãe me mando ir pro quarto
e eu querendo pendurar quadros,
retrato bem guardado
nas marcas da epiderme
de meu musculoso coração.
Adormecia.
Sempre chegava a noite.
Momento mágico pra alimentar os sonhos,
enchê-los de horizonte, projetos aos montes
pro mundo ser feliz de vez,
com lucidez, sensatez, sem talvez
Muitos porquês.
Redescobrir na memória o sabor da história,
a paixão pela vida,
a presença querida dos sonhos meus, dos sonhos teus!
Sem pretensão, na contramão,
encontro o perdão
de um coração novo entregue a razão,
lógica da comunhão
eis o preço do caminho,
da existência, da nao-solidão,
da alteridade,
dos laços que permanecerão.
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