Pois que hoje saio do que mais amo!
Ao mesmo tempo, do que mais temo.
Minha zona de conforto,
Onde a rua é minha casa.
E minha casa, meu palácio de solidão.
Eis que serei aqui outro alguém.
Que esse outro alguém saiba melhor que eu
O que dizer, o que pedir
Quando sonhar e quando sorrir.
'Quem é essa pessoa que se destrói,
E acha que o mundo está contra ela
quando na realidade ele luta contra mim?'
'Pobre dessa pessoa
Mas de que importa ela, quando tudo o que eu preciso
Está aqui, ao meu alcance
Menos meus anseios, que me fogem, correm
E ao mesmo tempo me corrompem?'
'Eu sou eu e mais nada
Pois que todos vejam como sou majestade
E o resto que se dane.
O mundo me derruba,
e mais glorioso me levanto.'
Pois será isso que se passa
Nesse outro alguém, quem eu acreditava
Ser o meu oposto e ao mesmo tempo meu sonho?
Pois que me pus em seu lugar e falei do coração
E nada mais descobri que, do mesmo que eu, ele sofre.
Orgulho, solidão e uma falsa ilusão.
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