Pensamentos túrbidos se inserem em minha febril mente

E relembro até aquilo que há tempos jurei esquecer.

Conformei-me em ficar solitário e, em suma, isto não me faz sofrer.

Cansei-me de agir com olho por olho e dente por dente.

 

Estes sonhos que divido comigo e os monstros do meu viver

São ideias amargas e doces de um idealismo demente.

Solipsista no mundo que arquitetei, nunca estou contente,

Mas também não sou triste nas ânsias que não posso vencer.

 

Consumido pela formidável neutralidade que me coloca sob um muro

Velho, mas firme e alto como uma fortaleza de granito duro,

Escondo a perversidade e a angústia através do meu sorrir...

 

Mas por mais que haja um hipócrita otimismo, aguardo a morte.

Não sei se me importo agora com questões de azar ou sorte

Já que há um grande nada interior. Um escuro enorme a me consumir.