Copo Limpo no Interior e no Exterior

 
“Mateus 23:26: Fariseu cego, limpa primeiro o interior do copo, para que também o seu exterior fique limpo!”

“1Tes 5:23: O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis na vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.”

Nestes dois textos podemos ver uma alusão à unidade implícita que há entre o corpo, a alma e o espírito.
Na metáfora do copo limpo nosso Senhor Jesus Cristo compara todo o nosso ser a um copo que possui tanto uma parte interior quanto uma exterior.
Por esse motivo, as pessoas são citadas, em várias partes das Escrituras Sagradas, como sendo copos (vasos) para honra ou para desonra.
Todos sabemos que em sentido religioso, somos copos de barro criados por Deus para serem enchidos com o Espírito Santo.
Sabemos também que a ninguém apetece usar um copo que esteja sujo, quer em sua parte interior, ou exterior.
Os fariseus ocupavam-se somente em limpar o exterior do copo, ou seja, usando práticas cerimoniais e ascéticas relativas ao corpo e à alma (homem exterior).
Todavia, nosso Senhor afirmou que nem mesmo o exterior deles estava limpo aos olhos de Deus, porque o interior (espírito, homem interior) estava sujo.
O que daí podemos aprender é que quando não buscamos ter um espírito santificado, purificado pela Palavra do Senhor, lavado no sangue de Jesus, apto à prática da fé, do amor, da justiça, da paz, da longanimidade, da misericórdia, da comunhão com Deus, e de todas as demais faculdades relativas ao espírito, de nada adiantarão nossos esforços para combater as paixões lascivas, a glutonaria, o uso de drogas e de tudo o que seja nocivo ao corpo físico; como também o que se refere às faculdades da alma (sentimentos, emoções, pensamentos, imaginação etc).
A razão disso reside no fato de que há esta unidade latente entre o nosso espírito e corpo, e nossa alma.
O que sucede a uma dessas três partes repercute nas demais.
Por isso o mau uso da alma em pensamentos depressivos pode produzir no corpo consequências danosas como falta de apetite, dores de cabeça, de estômago e outros sintomas desconfortáveis.
Sentimentos ruins como ira, ódio e mágoa produzem também igual efeito em nosso corpo físico.
Pensamentos, emoções, imaginações e sentimentos impuros, conduzem via de regra à prática pornográfica e lasciva.
As consequências relativas ao nosso espírito são ainda mais danosas porque, por tudo isto que se faz no corpo e na alma, impossibilitamos ou interrompemos a comunhão com o Espírito Santo de Deus, e assim, em vez de paz, teremos em nosso espírito temor e tormenta; em vez de fé, incredulidade; no lugar da longanimidade e da misericórdia teremos impaciência, irritação, ira, ódio e indisposição para o perdão.
Evidentemente, muitas outras consequências poderiam ser citadas, mas não é nosso propósito o de esgotá-las nesta breve reflexão, senão simplesmente enfocar a sua realidade.
No texto de I Tessalonicenses 5.23 o apóstolo Paulo apresenta portanto, a necessidade de que sejamos santificados por Deus em todas estas partes do nosso ser (espírito, alma e corpo), porque se o exterior não for limpo o interior também não será, sendo a recíproca verdadeira.
 Por conseguinte nos é ordenado que ocupemos o nosso pensamento somente com o que for santo, puro, justo e agradável (alma).
Que não nos entreguemos à prostituição, à pornografia, à glutonaria, à violência (corpo).
E acima de tudo, que não descuidemos jamais da prática da fé, da oração, do louvor, do amor, da justiça, da paz, da longanimidade, e da misericórdia, com vistas especialmente à comunhão com Deus (espírito).
Porque, se falharmos num aspecto falharemos nos demais.
Daí se dizer que:
“O mesmo Deus da paz vos santifique em tudo; e o vosso espírito, alma e corpo sejam conservados íntegros e irrepreensíveis...”

Silvio Dutra
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