Num vôo solo
Viu que ao casulo
Não voltaria
Nao sabia
O tempo que
Viveria
Na liberdade
Deus rasantes
Sobre campo
Florido
Beijou a flor
Sugou o néctar
Preferido
Na liberdade
Entendeu
Que pra ser livre
Não era apenas
Deixar de ser larva
Ou sair
Do breu
Do alto
Vendo cores
Nas plantas
As mesmas
De suas asas
Percebeu que
Que de nada
Adiantaria
saber
Quando em
Algum lugar
Seu pequeno
Corpo repousaria
Passou a vida
A descobrir a cada
Amanhecer ou
Anoitecer
Que breve é a
Passagem
Que amplo
É o mundo
Que a oportunidade
Lhe foi dada
Que poderia ser
Tudo ou nada
Mas voou
E posou
Embarcou numa
Viagem
Onde o que vale
A pena
É ir e voltar
Pra onde
O olhos mirar
E o coração
Palpitar
Deixou a vida levar
Só flores
Viu
Do casulo esqueceu
E ainda tenra
Sucumbiu
Ricardo Muniz
© Todos os direitos reservados
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