É diferente - I e II
I
É diferente nosso gênio e opinião
Como ridicula é tua presunção
Qu’estabelece como verdade a mentira
E esta, é tua verdade, que ninguém tira
É diferente a nossa reputação
Diferente o amor de nosso coração
Nossa diferença é tamanha e tanta
Quão grande o muro que se levanta
Como diferente nosso rumo de amar
Nossa maneira de sorrir, de beijar
Diferente ainda, o mundo que nos cerca
És diferente, desigual, do que se merca
Diferente na aparência de teu visual
Em tudo e na intensidade emocional
Tamanhas são as diferenças entre nós
Que acabamos ficando longe e a sós
Por sermos tão diferentes, o desconhecido
Será o fim de nosso louco amor perdido
Sem um sorriso fugaz ou um lamento
Ponho ponto final no relacionamento.
II
É tão diferente aquilo que a gente sente
Quando gosta de alguém sinceramente,
É contundente, é real, é decisivo
É o amor castiço, vero, primitivo
Diferente é do sensual, voluptuoso.
Aquele amor franco, cordial, afetuoso
O coração que ama é qual sacrário
Não pode ser apenas um relicário
Onde se guardam somente as lembranças
Deve guardar, antes de tudo esperanças
De um futuro promissor, até morrer.
Quando já velhos e cansados de viver,
Quando as noites ficam escuras, tenebrosas
Com o breu da solidão, tão pavorosa
Que nos cerceia ao avançarmos na idade
O oposto do que foi nossa mocidade
É diferente o conceito do pensamento
Que à alma e matéria, dá discernimento
Diferente é ser diverso, é ser desigual
E o é, a onda de emoção cerebral
É diferente o critério da razão
O sentimento de amor no coração
Ao do ódio, que só causa animosidade
Como o é, a verdade da falsidade
Diferente o moderado do radical
Como é, o concreto do imaterial
Também, diferente o amor à ilusão
A hostilidade à racial integração
É diferente o legal ao ilegal
Como é dessemelhante o bem do mal
É diferente que eu não possa te dizer
Da gratidão por você me estar a ler.
Porangaba, 25/04/2013
Armando A. C. Garcia
Visite meu Blog: http://brisadapoesia.blogspot.com
© Todos os direitos reservados