Querido Garcia,
Não existem versos pobres ou ingênuos! Realmente, a poesia não é inocente, em cada verso há revelação, uma proposição de algo insustentável, de tudo aquilo que nos completa, ou que nos deixa vazio, complexos ou solitários. Sou professora de Língua Portuguesa, porém, sou eternamente apaixonada, uma escrava, uma desvairada, pela belíssima Literatura. Não há necessidade de possuir vergonha, receio ou medo, ao escrever seus versos.
A poesia nunca pediu ao poeta, rebuscamentos ou prolixidade, a verdadeira poesia é aquela que nasce da escuridão ou da claridade, dos recônditos da nossa alma. Fico muito feliz por sua ousadia, de fato, não havia percebido tantos adjetivos! Não tenho pretensão de ser uma poetisa elogiada, só escrevo versos, demasiadamente, pois, estaria morta há muito tempo.
Escrever poesias revela que há sangue em meu corpo, mesmo sendo pálido e glacial. Enfim, o conhecimento poético não está no domínio da lógica, é simplesmente, a infinidade da nossa essência, que não exige racionalidade, traços perfeitos, sistemáticos e agradáveis.
Você escreve muito bem, fiquei encantada com sua poesia “Enigmas”, chamou a minha atenção, porque sou fascinada por algo impenetrável, indizível e oculto. Mas, depois, procurando outras poesias, fiquei mais enternecida, com a poesia “Tuas mãos em mim”, sonho que um dia, alguém me escreva essa linda declaração, também, jamais conseguiria realizar um acróstico, tão profundo e sutil, que exemplificam as reminiscências de um verdadeiro e eterno amor.
Parabéns!