Deixe que as lágrimas fluam,
E que cheguem aos mais inóspitos recantos de sua memória. 
Deixe que as lembranças regressem,
E te demonstrem que mesmo em algum lugar muito distante,
Tudo existiu.
Deixe que os sons ocorram,
E abalem toda sua estrutura calculada.
Deixe que as pétalas rosadas sequem, mesmo que para nunca renascer.
Deixe que a neve se torne água, mesmo que para inundar a secura das brutas palavras.
Deixe que os pingentes caiam, mesmo que para ferir a pele colossal.
Deixe que o fogo se apague. Que a brasa venha  a se decompor...
e que não reste sequer o negrume da combustão.
Pois quando é o fim, nada nem ninguém é o suficiente. Simplesmente acaba. 
E é melhor deixar que permaneça apenas nos devaneios memorizados,
visto que este é o único local, onde se é possível viver tudo novamente.
 
Quando se acredita, não existem limites, barreiras ou IMPOSSIBILIDADES... Quando se acredita, o suposto final se torna apenas uma desculpa para começar tudo de novo. 

Rafaela S.R
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