Enquanto disseres "minha gente, minha terra",
E impuseres limites para o mesmo chão,
Haverá irmão contra irmão, em guerra,
Deuses brancos e negros, adorados em vão.
Quando dizes "este é o meu povo",
Deixas teu mundo por demais pequeno,
Fechas as portas para o novo
e acabas morto por teu próprio veneno.
Mas teu corpo vive, és como vampiro
Cheirando a mofo, num mundo desigual,
Indigno, violento, dividido.
E brevemente não quererás teu igual,
Enfim tão monótono, parecido contigo,
E parte alguma te servirá de abrigo.
Lucilla Guedes
© Todos os direitos reservados
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