À Margem da Vida

 
À margem da vida, curvou-se o meu corpo
Joelhos grotescos, dobrados e aflitos
Sofreram no chão insensível a dor.
 
Em águas escuras pelo tempo maldoso
Procuraram os meus olhos por uma réstia esquecida
Tentaram encontrar-me nesse rosto cansado
Resgataram lembranças, poucas, apenas
 
Na superfície tranqüila em que repousa a tristeza
Houve um brilho imaginário
Ou uma lágrima de luz
 
Distantes recordações
De papai e de mamãe
De poucos sorrisos...
De muitas emoções
 
Era manhã de primavera
O início de tudo
O princípio deste fim
Era o luto desnudo
 

Juarez Florintino Dias Filho