CONSULTA

 
Hipócrates!
Ardo em febre!
E não sei o que há com meu humor,
Eu que sou fleumática estou quente e úmida!
Tiro os pés de Gaya como alguém que nunca o fez
A desenhar miragens
Em paisagens permeadas de embriagues!
 
Hipócrates!
Vim buscar os teus clínicos conselhos!
Eu preciso saber!
Como vivo o abismo-Arte
Antes de findar esta minha breve vida?
E a ocasião fugaz, e a experiência vacilante
E o difícil julgamento que escondeu a saída?
 
Hipócrates!
Imposta foi em mim a gelidez!
E ardo em febre!
Paradoxo mortal subjuga minha carne.
Quero a febre e cuspo o fogo,
Tenho sede e bebo sangue!
Do meu corpo gélido-febril refuta meu cerne!