Aonde foi morar minha esperança
Que vento malfazejo a levou
Pois só me resta apenas a lembrança
Que comigo um tempo ela morou
Nesta época eu sentia sua presença
Como um ser poderoso a me guiar
Aspirava ser feliz a vida inteira
Prazenteira a sorrir e gargalhar
Aos poucos ela foi de mim fugindo
Deixando-me na cruel desilusão
Acenava para mim se despedindo
Espedaçando o meu frágil coração
Que mal lhe fiz? Pergunto aos prantos:
Porque tão cedo me abandonaste?
Qual era o verdadeiro sentimento seu?
Quando na amargura sozinha me deixaste?
Talvez não a tratei como devia
Esperei alcançar sem merecer
Amar e ser amada algum dia
Ter florido o meu alvorecer
Porém que ledo engano o meu
A sorrir e a cantar lhe vi partindo
A rasgar meu legado com prazer
Rancorosa minha vida destruindo
Fiquei a contemplar o meu castelo
Que de areia e esperança construí
Cheio de amor colorido e belo
Que sem firmeza vi se destruir
Ainda pensei firme ‘Vou vencer’
Serei feliz, pois tenho confiança
A chamei e implorei com humildade
Pois quem espera um dia sempre alcança
Os anos me trouxeram o desengano
O meu tempo de esperança já passou
Só me resta a triste lembrança
Do dia em que você me abandonou.
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