Eu não tenho um coração.
Eu não posso ser magoado.
Meus ossos são de titânio;
Meus músculos de aço,
Minha pele é de lata;
Meus pés, bate-estacas
E meu peito é uma fornalha.
Á noite eu não tenho sono;
No frio da madrugada eu não tremo;
No calor da tarde eu não suo;
No dia fatigante eu não me canso;
E no escuro eu não tenho medo.
Eu não tenho passado nem futuro;
Não tenho pai nem mãe;
Não tenho filho, nem filha;
Não tenho lembrança, nem esperanças.
Eu não nasci assim;
Eu fui feito assim.
Eu respiro na fumaça e enxergo na neblina;
Mastigo parafusos e bebo óleo Diesel.
Eu não tenho alma!
Eu não ligo...
Eu sirvo!
Eu Protejo!
(mas não me sirvo, nem me protejo...)
BRUNO
© Todos os direitos reservados
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