O aqui , agora de um deus ausente,
faz antever que cada um conceba-o
de acordo com as atribuições no qual
projeto assim urdido, exija idealizar.
Dessa forma vã, pretensamente divina,
em desacordo com mistérios litúrgicos
no qual sacristia e púlpito imaginados é
onde certamente, ocorra a penhora do real.
Mas tudo parece assim tão pouco em ser,
talvez algum foco inútil de inexistida luz.
E os dogmas estabelecidas há tempos,
é como acreditar em deuses já acreditando
[ em semi-deuses
Outrora éramos perenes, sem saber da
morte. Daquilo que prega encarnação sem
acreditar na reencarnação. É o preço pago
pela sucumbência do intangível fluido
Torquemada estava certo, quem não acredita
morre, porque quem acredita, já estava morto
mesmo. Vamos caminhando como sonâmbulos,
com mais imitações do já falso no desconexo.
As mentiras se somam e se superpõe mudadas.
É a sombra da sombra da sombra e depois
nada. Ninguém fala com ninguém: baixo, breve,
nem no pensamento. É o silêncio dos crédulos.
Milhões vivem num provisório conforto de
ilusão, para no fim resgatar o inócuo vazio.
Se alguém perguntar do porque em troca,
a resposta de trato indizível, jamais
justificará à catarse de uma verdade.