Do mistério segundo a coruja

Na falta da escuridão,
teve que procurar mistério...
em pleno verão.

Vôou por baixo do balão
quente que pendia do teto
e não caía no chão.

Correu o mundo...
Na claridade cegante do dia,
mergulhou fundo.


Ouviu do azul um pouco do tudo.
Apertou os olhos
e enxergou profundo.

Das coisas das naturezas
no mar, no céu, nas cidades
sentiu tamanha beleza

Entre dores viventes, amores passantes
choros floridos, risos contidos,
viu que cada verso tinha seu reverso.

E, na luz dessa confusão,
pousou tranquila...
numa sombra sobre o chão.


-É...tudo fazia sentido...
em cada cor
tem um mistério escondido.
 

Marina Feldhues
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