O fim do que nunca teve um começo

Palavras-loucas-embaralhadas-passando-todas-ao-mesmo-tempo-na-minha-cabeça-desordenada-e-doida.
Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaah!!
Eu quis gritar,
Berrar o berro dos loucos não-destemidos e sofredores por serem os amarelões arregadores que são.
Covarde covarde covarde!
Sou?
Sou mesmo, sei que sou.
O medo de falar fez eu me calar,
Engolir e engasgar com o que me sufoca.
A hora passou, a chance passou.
Chance?!
Que chance?
Nunca houve chance alguma, acorda!
Acorda e sai dessa fossa miserável antes que ela lhe devore por completo!
Acorda, ainda consigo os teus olhos ver, sem brilho, mas ainda os vejo.
Tenta alcançar aquela luz que está a sua espera lá fora desse buraco amargo e frio que você se enfiou e bateu o pé para não mais sair.
Abra esses olhos!
Abra eles.
Abra.
 
Léa Monteiro

Lea Monteiro
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