Pensamento que extrapolam o limite da razão
Talvez por ter recebido migalhas de felicidades
O pouco é muito, para quem não tem nada...
A realidade vem abruptamente a minha frente
Pudera eu retroceder e reescrever novamente a
minha história. Não manteria a chama da vela
acesa, quando tormentas e ventanias
teimavam em apagar...
Seus gestos, seus olhos me diziam o que eu não
queria ouvir. Esperava o abraço compartilhado
o beijo apaixonado, mas era eu, e só eu que o
abraçava, que o beijava. Hoje choro por algo
que acho que perdi, mas não se perde o que
nunca se teve...
Era eu que em sonhos, revia encontros que
não houve, vinhos que não tomamos, músicas
que não dançamos, beijos que não trocamos
Era eu que sentia seu cheiro, o gosto do
vinho, o som da melodia, o sabor do teu beijo...
Há! Desavisado coração, que não me mostrou a
razão! Onde me enganei? Porque não me disseste
Que das minhas entranhas que jorravas doçuras
receberia tanta dor?...
Não fale comigo coração! É de você que estou de mal
Você é o culpado por meus olhos rasos d’água, pelo
ofegante arfar do meu peito angustiado, por não por
fim a essa espera ansiosa...
De não tirar as imagens que em meus sonhos surgem
Por manter acesa a esperança de minh'alma ávida.
Coração você venceu, insistindo em me dizer...
Não lamentes os sonhos que já teve outrora, pois
no toco da vela ainda há um fio de luz.
© Todos os direitos reservados