Vi a vida pela janela gradeada 

Em um pequeno jardim

Pelo vento movimentado

Vi flores lindas e coloridas

E em um canto a minha vida

Em preto e branco

Ali parada

Ouvi sorrisos e alaridos atrás do muro

E eu sozinha deste lado a imaginar

Tentei subir, transpor o muro

E percebi que é mais seguro

Não dar ouvidos, ignorar

Procuro a porta

Não encontro a saída

Procuro a vida

Não encontro mais em mim

Rogo por tempo

Pra curar minhas feridas

Não importa

Sei que a morte

Não é o fim.

Marla da Matta
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