Eles me perguntaram se o silêncio me incomodava
E embora esperassem por respostas convenientes,
Tornou-se impossível afeiçoar-se ao silêncio em meio a tanta solidão...
Na calada da noite,
Com eles já tão distantes,
Em suas casas já tão seguros,
Longe dos sorrisos
E dos holofotes,
As paredes ficaram mudas
E a alma irrequieta
Gritou a eles
Que não a queriam escutar:
'"É na balada do louco
Onde o silêncio faz sua melodia,
Sanfonando ensurdecedoramente
Corações quebrados pelos maus tratos do tempo
Longe de solidariedades hipócritas
E falsas piedades cristãs
Sufoca aqueles com reais sentimentos...
Sinfonia irônica das madrugadas torturantes
Pune as dores do peito
Mais e mais uma vez,
Sugerindo o fim da vida
Busca um confronto
Cara a cara
E pergunta:
E agora... O que pretende fazer?"
E eles se recusaram a olha-lo de frente
Mantendo-se sempre ocupados
Fui eu então,
Mais uma vez sozinha
Romper o medo.
Clarice Ferreira
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