Passei o dia observando
Através da minha janela
O outro lado da rua
Onde havia uma casa velha
Com vitrines empoeiradas.
Era uma casa de penhor,
Todos passavam curiosos
Inclusive um senhor.
Este não se aguentou
E foi ansioso entrando,
Já era bem grisalho
De um andar estranho.
Com o semblante espantado
Saiu depois de um tempo
Algo ali foi penhorado...
Desci à rua para saber
Sobre a casa de penhor
O que eu poderia vender,
Se poderia trocar a minha dor
Por aquilo que o presado senhor
Trocou ali, muito entristecido.
Fiquei sabendo de uma rosa
Que o grisalho ali deixou
Por apenas uma prosa
Com o simpático vendedor.
Este senhor não havia dívidas
Que precisasse penhorar..
Só tinha uma promessa
Não cumprida, de amar.