Domingo

Enquanto vejo os programas de auditório
Lembro dos campos de concentração noturnos.
Ainda bem que era apenas um sonho.
Mas os latidos das pessoas me assustam.

O inferno existe, e está dentro de um carro,
E na cabeça dos imbecis que o escutam.
A madrugada não é lugar para um gato.
Porque os latidos das pessoas me assustam.

Gritos de guerra, gritos de acasalamento,
Paira a estranheza nos ouvidos que a procuram.
De repente tudo cessa por um momento.
E no silêncio as pessoas me assustam.

Esses gemidos de dor, são animais?
Ou, seja como for, serão reais?
Rezo contra tudo que executam,
Pois os latidos das pessoas me assustam.

E no escuro, quando a lua está desperta,
Quando os felinos toda a loucura escutam,
Os seres humanos me deixam alerta.
E os latidos das pessoas me assustam.