Por que não me deixas, saudade amarga
Que de dia me assola com dor tão insana
E à noite me assombra na sádica sanha
De uma ausência maldita que nunca me larga?
 
Por que não te vais, ignóbil carrasca
Que me rouba a luz e me larga ao relento
Sem parte de mim, em puro tormento
Nas garras da falta mais vil e nefasta?
 
Será minha sina, meu pobre destino
Viver sem amor, em total desatino
Perdido num lento e constante sofrer
Ansiando amar quem eu não posso ter?
 
Qual pássaro preso, ganhei liberdade
E voei na paixão a mais não poder
Por isso é que custa-me tanto entender
Que em vez desse amor, desse imenso querer
Restou-me apenas a malquista saudade.
 
 
 

 

HC
© Todos os direitos reservados