Rumo a.,

Rumo a Belgrado
Solfejei teu corpo no
Redemoinho                
Decorei tua roupa areada repleta
De conchas
Repus os desejos deitando
A alcova
Senti seus lábios roçarem
O umbigo
Teu pelo corado arranhou a virilha
Em chamas
Enchi um maço de sortilégios com
Caldo de cana
Droguei-me com seu cheiro
Selvagem
Uma saudade ipê roxo quarto
Miragem
Moldado em teus seios o beijo
Salgado
Relâmpago que me traspassou de
Fronte mar bravo
Marchand de orgasmos quando vinho
Negocia tua sorte
Prato de anchovas defumadas com molho
Amora
Casca da planta carnívora florindo
Agora
Molusco maresia sussurra ao lado
Horizonte prumada
Ouriço flutuante vermute e champanhe
Empapada
Chita da Armênia transada no pilão de
Tua cintura pompoada
Reforço do corpo que gira no
Chão
Calafrio tenebroso levou-me incólume
A imensidão
Sonâmbulo e embriagado não vejo
Teu batom
Cochilei morenado de baixo do
Seu edredom
Molho madeira esteira giratória de
Teu afã
Preguiça boa lá na tardinha às garrafas
Espalhadas no sótão
Mimo de musa me cospe na boca
Safira do grão
Naquela hora, hora frenética minha atéia
Arreganha o divã
Que louco imploro seu corpo nu
Pelo saguão
Museu de ninfas onde a saliva escorre
No canto da língua
Ventres carnudos despontam seu
Verão
Ovário planctos gravidade
De cajón
Beleza mandrágora santuário
No Sudão
Eu aqui
Só aqui
Ela aqui
Devaneio absurdo mantém minha
Divina visão
 
Ass, biosas
 
 
 
 
 
 
 
 

 

biosas
© Todos os direitos reservados