Rapaz, quase vinte anos
vive na periferia
e se não for o tal, não for o másculo
vai dançar!
Possui bagatela, vive no nada,
e para o pó vai voltar,
mais rápido do que pode pensar
se não for mais esperto!
No engodo, falsidades, no blefe,
provocações são ciladas
provocações são poemas de guerra
no mano a mano, seu jargão tem que colar
Na quebrada do inferno, no chamado das ruas
você entra para o crime
você entra para o trabalho às 5h
você entra pra igreja,
você escolhe, mas você tem que responder!
Então ele coloca mesmo
a melhor roupa no corpo perfeito
recolhe o brilho doce do olhar impiedoso
coloca aquele versátil traquejo
põe moral e muita testosterona
enfia na boca seu melhor palavrão!
Nisso ele é bom!
E na matéria dela? Isso não!
O garoto é lindo, ela sabe ...
a despe com o olhar
Ele a questiona sobre "pegação"!
A professora sente um arrepio
na coluna vertebral e respira fundo,
ela é adulta, é cognoscente, sensual
mas seu intento é sempre o pedagógico
e quer se fazer compreender
ela media, ela infere que nesse assunto
cada um é uma periferia particular
nos jogos da paixão,
muita gente vivida, entra pra perder!