Você se pergunta como são as partes que me montam, e nem ao menos me conhece... Muito prazer, meu nome é poesia.
Eu sou um conjunto de características irreais, impassíveis e imparáveis onde quem olha, sempre nota um rosto sereno de olhar tranquilo, mas não imagina que por trás das cortinas, acontece uma guerra entre Zeus e Hades no qual não existe ódio puro nem amor incondicional.
Eu posso ser todos os seus sorrisos e posso ser a resposta que bate na porta da sua boca, mas não posso ser o que você deseja em qualquer momento. Sei te respeitar enquanto cresce e o mínimo que peço, é que me espere crescer como você, mas em tempos diferentes onde suas horas são segundos e as minhas, tem duração sem fim.
Você pode caminhar do seu modo, não me importo, eu te alcanço depois. Não vou implorar para que espere enquanto amarro os sapatos no meio do caminho nem que vá mais devagar. Vou te deixar ir e quem sabe por sorte eu consiga te acompanhar equilibrando nossos passos.
Claro, eu ficaria feliz se pudéssemos caminhar lado a lado de mãos dadas enquanto você brinca com meus dedos e faz caricias em meu rosto tão rosado de paixão. Nós seriamos perfume e brisa. Eu poderia sorrir por você enquanto ocupa os lábios beijando meus olhos, mas vai chegar aquela hora, que você irá se apressar e eu soltarei levemente seus dedos sentindo as pontadas no coração.
Menino, eu vou te roubar para mim só na lembrança, pois a sorte não tem me acompanhado.
O acaso gosta de brincar e me tomou como o brinquedo mais querido. Me machuca e me cura delicadamente transformando a dor em perdão. Me permite notar que o céu nas noites de Sexta-Feira é mais belo e que os dias que tenho que respirar fundo e contar até cem milhões, serão espantosamente alegres. Pare por um momento e sinta o efeito da palavra alegria. É... Eu sei. Espantoso, não?
Um dia, eu prometo, vou te sentir novamente antes que o sol desapareça. Antes mesmo que eu possa contar estrelas, vou sentir. De um jeito irreal, imparável e nada impassível talvez...
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